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A qualificação de mão-de-obra na cadeia produtiva do leite é essencial para uma produção de qualidade. Além de investir em instalações adequadas e bons equipamentos, os produtores devem capacitar profissionais para que os procedimentos sejam executados de maneira higiênica e padronizada. A educação no campo faz com que o trabalhador da pecuária leiteira tenha reconhecimento e se sinta motivado para atingir as metas traçadas. Esse será o tema da palestra de Sebastião Faria, gerente técnico de pecuária da Intervet Schering Plough, no I Dia de campo da Cabanha Sepé Tiaraju, que acontece de 14 a 16 de outubro, em Farroupilha, no Rio Grande do Sul.
A higiene de ordenha é um fator decisivo para a manutenção da qualidade do leite. E ela está ligada a todo um conjunto de fatores que começa no confinamento dos animais, passa pelas instalações e equipamentos e vai até o resfriamento do produto. Para que todas as etapas sejam cumpridas de forma adequada, sem causar danos ao teto do animal e sem aumentar a contagem bacteriana do leite, é primordial que se ofereça uma capacitação para os funcionários.
— A ideia é preparar o funcionário de ordenha para que passe a se sentir um profissional da pecuária leiteira e tenha uma conduta semelhante à do operador de máquinas em uma fábrica. O procedimento tem que ser industrial. Ele tem que cumprir uma sequência de procedimentos que começa com a higiene das mãos do ordenhador e dos tetos do animal, a prepação do animal, passa pelo teste dos primeiros jatos de leite para detecção de problemas, depois vem a colocação de tetas, o procedimento de ordenha e, enfim, a imersão dessas tetas numa solução aderente e antiséptica para proteger a entrada desse teto quando ele voltar para dentro da instalação — explica Faria.
Para isso, é importante que o produtor busque assistência técnica, que, além de resolver problemas, tem o papel de implementar procedimentos e boas práticas na rotina da propriedade. De acordo com Sebastião Faria, uma das formas de buscar esse auxílio é fazer parcerias com indústrias.
— Isso parte de uma necesidade da indústria. Não adianta ter produtos inovadores de qualidade se eles não forem bem aplicados. Surge uma convergencia de interesses entre diversos segmentos - indústria de saude animal, produtores e indústria de laticinios – que faz desse tipo de parceria uma boa solução. Então a orientação e a capacitação dos funcionários é, para nós, encarado como um produto. E o produtor pode buscar a qualificação da mão-de-obra nessa parceria — indica.
De acordo com o engenheiro agrônomo, os gastos que o produtor tem com as melhorias nos procedimentos de produção são compensados pelo valor agregado e pela maior aceitação do produto no mercado.
— O produtor tem o costume de achar que para reduzir o custo de produção ele tem que cortar gastos, mas tem muito espaço para cortar custo em ganhos de produtividade. Todo investimetno que melhore a produtividade vai dar um retorno logo na frente. E para melhorar o procedimento o principal fator é o investimento na capacitação do ser humano e a utilização de alguns produtos que farão com que ele gaste menos com medicamentos curativos e tenha melhor remuneração, porque a industria já remunera o leite por qualidade — diz.
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